domingo, 30 de junho de 2013

Nossa beleza

Estou sem psicológico para ficar calada. É um domingo e são 6:00am, meus olhos estão borrados, minha pele ainda com o perfume dele mas o meu pensamento continua em você. Analisando tudo, percebi que precisei te perder pra entender que te perdi. Precisei sentir que não cabiam mais palavras, datas e momentos nas nossas reticências, para enfim enxergar: O tempo passou. 1 ano se foi, e nós dois assim, nós dois aqui... Poderia ser diferente, mas você não fez nada para mudar. Lembra que eu tentei? Implorei? Esperei? Espero que lembre, porque eu nunca esquecerei!
O meu olhar me entregava. Era você dentro de mim e ninguém duvidava. Aos seus amigos eu disse: Eu o amo, amo e amo! Não pude dizer-te o mesmo, já que você insistia em desviar de mim o seu olhar. Se quer um aceno, abraço ou aperto de mão.
Minha maior dor é saber que não posso mais ter você. E ainda que pudesse, possivelmente não conseguiríamos. Juntos, nós eramos bonitos por fora mas LINDOS por dentro. Essa beleza pode ter se perdido em meio a tantas decepções entre nós dois. Cada olhar seu me mata e me faz viver. Peço-te de coração, que um dia qualquer, largue esse seu orgulho e venha me ver.
Nossos momentos ficaram pra sempre guardados em meu pensamento, como aquele dia em que caímos no seu carro, ou aquelas noites em que saíamos de mãos dadas sorrindo. Eu sempre achei que voltaríamos a viver tudo, então por que não voltamos? Por que?

terça-feira, 4 de junho de 2013

Tem que ser verdade

 Eu sabia que seria apenas depois de te teres ido embora que iria perceber a completa extensão da minha felicidade e o grau da minha perda também. Ainda não o consegui ultrapassar, e se não tivesse à minha frente aquela caixinha pequena com a tua doce fotografia, pensaria que tudo não teria passado de um sonho do qual não quereria acordar. Contudo as minhas amigas dizem que é verdade, e eu mesma consigo-me lembrar de detalhes ainda mais charmosos, ainda mais misteriosamente encantadores do que qualquer fantasia sonhadora poderia criar. Tem que ser verdade. Ele é meu, o rapaz doce do qual todos falam com admiração, que apesar de toda a minha resistência cativou o meu coração logo no primeiro encontro, o rapaz que eu receava cortejar e que veio para mim com elevada confiança, que fortaleceu a minha confiança  e me deu esperanças e energia para tudo, na altura que eu mais precisava. 

O primeiro amor leva tudo

É fácil saber se um amor é o primeiro amor ou não. Se admite que possa ser o primeiro, é porque não
 é, o primeiro amor só pode parecer o último amor. É o único amor, o máximo amor, o irrepetível e incrível e antes morrer que ter outro amor. Não há outro amor. O primeiro amor ocupa o amor todo. 
Nunca se percebe bem por que razão começa. Mas começa. E acaba sempre mal «só porque acaba». Todos os dias parece estar mesmo a começar porque as coisas vão bem, e o coração anda alto. E todos os dias parece que vai acabar porque as coisas vão mal e o coração anda em baixo. 
O primeiro amor dá demasiadas alegrias, mais do que a alma foi concebida para suportar. É por isso que a alegria dói — porque parece que vai acabar de repente. E o primeiro amor dói sempre de mais, sempre muito mais do que aguenta e encaixa o peito humano, porque a todo o momento se sente que acabou de acabar de repente. O primeiro amor não deixa de parte «um único bocadinho de nós». Nenhuma inteligência ou atenção se consegue guardar para observá-lo. Fica tudo ocupado. O primeiro amor ocupa tudo. É inobservável. E difícil sequer refletir sobre ele. O primeiro amor leva tudo e não deixa nada. 
Diz-se que não há amor como o primeiro e é verdade. Há amores maiores, amores melhores, amores mais bem pensados e apaixonadamente vividos. Há amores mais duradouros. Quase todos. Mas não há amor como o primeiro. É o único que estraga o coração e que o deixa estragado. 

Miguel Esteves Cardoso - 'Os Meus Problemas'